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Olá, a Tipiti está de volta!
Depois de uma pausa necessária, a newsletter retorna para celebrar o Dia da Amazônia, 5 de setembro, com uma série de conteúdos jornalísticos que mostram as lutas e as vitórias do bioma e dos povos que vivem nele.
Escolhemos trazer conteúdos mais positivos, para relembrar o dia, mas sem esquecer que isso é resultado de muita luta daqueles que defendem nossos territórios. A partir de agora, você volta a receber, quinzenalmente, a newsletter que te deixa informado sobre os principais acontecimentos da Amazônia.
Medicina indígena
No documentário Yupuri: João Paulo Barreto, o antropólogo e filósofo João Paulo, do povo Tukano, fala sobre a importância da medicina indígena e dos poderes dos Kumuã, especialistas que a partir da flora e fauna curam e tratam enfermidades.
O antropólogo também relembra o episódio vivido por ele e sua família que resultou na fundação do Bahserikowi´i, primeiro centro de medicina indígena da Amazônia, localizado no Centro de Manaus.
Em 2009, a sobrinha de João, na época com 12 anos, foi picada por uma cobra e a família precisou lutar para que o tratamento indígena fosse aceito e realizado em conjunto com os cuidados médicos do hospital em que ela estava internada.
Yupuri: João Paulo Barreto faz parte da série Ciência na Amazônia, produzida pela agência Amazônia Real, e tem direção assinada pela jornalista Kátia Brasil. Leia mais sobre o projeto aqui.
Registro para ficar na memória
17 mil focos de calor. Pelo número grande pode não parecer, mas em agosto as queimadas na Amazônia registraram uma queda de 47,5% em relação a 2022, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É o terceiro menor valor da última década, ficando atrás apenas de agosto de 2013, com 9,4 mil focos.
No último mês, o presidente Lula disse, inclusive, que iria premiar os prefeitos que melhor trabalharem para conter o desmatamento ilegal e evitar as queimadas em seus municípios.
“Em vez de a gente punir, a gente premiar aquelas pessoas que fizeram bem para a preservação da nossa fauna, da nossa floresta, da nossa água, para que as pessoas denunciem as queimadas, o garimpo ilegal, os madeireiros legais, eu acho que vai dar certo”, acrescentou, sem detalhar como seria essa premiação”, afirmou.
Leia mais na reportagem de Cristiane Prizibisczki para o site ((o))eco.
O maior banco de dados da América Latina
A Universidade Federal do Pará (UFPA) tem um dos maiores bancos de dados sobre peixes da Amazônia da América Latina. Só na última década, foram registradas mais de 21 novas espécies no rio Xingu, sendo 16 exclusivas da fonte.
As novas descobertas são publicadas em revistas renomadas no meio científico, como Nature e Neotropical Ichthyology.
Constituição em nheengatu
Pela primeira vez na história da república, o Brasil tem uma Constituição Federal traduzida na língua geral dos povos indígenas, o nheengatu. Um importante instrumento que foi negado e agora, com maior participação de indígenas em espaços de poder, é finalmente concedido. De forma simbólica, esta versão da CF foi entregue aos indígenas de São Gabriel da Cachoeira (AM), a cidade mais indígena do país.
Os indígenas Dadá Baniwa, Edson Baré, Edilson Martins Baniwa, Melvino Fontes Olímpio, Sidinha Gonçalves Tomas, Dime Pompilho Liberato, Gedeão Arapyú, Frank Bitencourt Fontes, Francisco Cirineu Martins, George Borari e Cauã Borari foram alguns dos responsáveis pela tradução.
A tradução da carta magna ocorre em razão da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), das Nações Unidas.
Os comunicadores da Rede Wayuri, que reúne indígenas da região do rio Negro, no Amazonas, foram além e traduziram o artigo 231 da Constituição para o nheengatu e outras três línguas: tukano, baniwa e yanomami. Confira no post abaixo:
[Extra]
Oportunidade
É estudante de jornalismo ou comunicador popular? A Abaré - Escola de Jornalismo lançou a segunda edição da bolsa de reportagem Conceição Derzi. As inscrições encerram no dia 11 de setembro.
Esta edição da Tipiti contou com a colaboração de Ariel Bentes, Elâny Vlaxio e Jullie Pereira.