Nesta sexta-feira (17) será comemorado o Dia de Proteção às Florestas. Por isso, a Tipiti desta semana vai reunir algumas reportagens de jornalistas da região Norte sobre as nossas florestas. Mas antes, o resumo da semana:
Amazônia em pauta
Muito se falou sobre a Amazônia nesta semana que se passou. Após mais um triste recorde nos índices de desmatamento, o governo federal decidiu “proibir” as queimadas na Amazônia por 120 dias.
Enquanto o decreto não é publicado, o vice-presidente e coordenador do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, está fazendo malabarismos para reagir à pressão de empresários e investidores que querem um posicionamento mais firme do governo Bolsonaro em relação ao meio ambiente.
Ao jornalista Lauro Jardim, colunista de O Globo, Mourão chegou a comparar os dados sobre desmatamento na Amazônia com uma “conversa de bêbado”.
“Eles dizendo uma coisas e nós argumentando outras”, disse o vice-presidente, acrescentando que o novo satélite americano comprado pelo governo vai “comprovar” os esforços da gestão Bolsonaro.
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou e prorrogou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que autoriza as Forças Armadas a atuarem no combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia.
Em parceria entre o The Intercept Brasil e o InfoAmazônia, o jornalista Hyury Potter apurou que o orçamento das Forças Armadas para o combate ao desmatamento na Amazônia é dez vezes maior que o orçamento do Ibama.
E o pior: os gastos da Defesa com a Amazônia não são eficientes. Apesar do montante de mais de R$ 500 milhões, fiscais ambientais criticam a presença dos militares na Amazônia e acusam as Forças Armadas de atrapalhar o combate ao desmatamento.
Ato falho: Após uma série de reuniões entre governo e investidores numa tentativa de amenizar o desgaste brasileiro na área ambiental, o novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou, em entrevista à CNN Brasil, que os jornalistas estrangeiros vão até Manaus, no Amazonas, para conhecer… a Mata Atlântica.
É exatamente isso que você leu. O ministro chegou a dizer que, hoje, na Amazônia “nós temos 87% de Mata Atlântica”.
[EXTRA]
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Epidemia de garimpo ilegal ameaça o Xingu - Instituto Socioambiental
Em plena pandemia, extração de ouro aumenta na Amazônia - Mongabay
ESTA SEMANA
Nesse mês, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) completa 20 anos e enfrenta seus maiores desafios deste então, com um governo declaradamente contrário aos seus propósitos e princípios.
O SNUC, instituído pela Lei nº 9985/2000, significou um avanço importante na construção de um sistema efetivo de áreas protegidas no país, agrupando, normatizando e complementado a legislação já existente.
Ele dispõe sobre as categorias de unidades de conservação; os objetivos e diretrizes do sistema; o processo de criação, implantação e gestão das unidades; sobre as reservas da biosfera e, ainda, sobre uma série de outras questões em suas disposições transitórias.
Os objetivos do sistema perpassam a contribuição à manutenção da biodiversidade, a promoção do desenvolvimento sustentável, da pesquisa científica e da educação ambiental e a proteção das paisagens de notável beleza cênica e a proteção dos territórios e recursos das populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e cultura.
O Instituto Socioambiental acompanha e monitora as UCs no Brasil e tem uma das mais completas bases de dados para entender essa importante política pública.
Esta edição da Tipiti é uma homenagem a Alfredo Sirkis, ambientalista e jornalista que morreu na última sexta-feira (10) num acidente de carro na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
Sirkis foi um dos pioneiros na luta pela preservação do meio ambiente no Brasil, e um dos fundadores do Partido Verde, em janeiro de 1986.
Antes de ir…
Queremos agradecer a você que se inscreveu e chegou até aqui. Queremos agradecer também à nossa equipe de colaboradores. Esta edição teve a participação dos jornalistas Anna Reis e Gabriel Veras.
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Bem, por hoje é só. Até semana que vem!